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A literatura Gótica teve sua primeira manifestação em meados do século XVIII em O Castelo de Otranto, do escritor inglês Horace Walpole. A obra de Walpole, além de ter definido as características centrais do gênero, influenciou escritores e escritoras como Ann Radcliffe, Clara Reeve, Edgar Allan Poe e Charlotte Brontë. No entanto, com o passar dos anos, a literatura gótica passou por diversas modificações: por vezes elementos eram adicionados, por outras, suprimidos, a fim de melhor representar e expressar as diferentes ansiedades culturais de cada século. Fred Botting refere-se a esse processo como difusão e afirma que, aos poucos, a influência do Gótico estendeu-se a outros gêneros literários, tais como o conto policial, a ficção científica, o romance de ficção e de aventura que, apesar de não serem, em si, góticos passaram a ressoar com elementos do gênero.

  

A literatura de fantasia, por outro lado, apesar de já vir se manifestando, mesmo que de forma tímida, desde o século XIX com as obras de escritores como George MacDonald e William Morris, popularizou-se de forma mais expressiva ao longo do século XX, através das obras de alta fantasia de escritores como o americano L. Frank Baum, o inglês J. R. R. Tolkien e o irlandês C. S. Lewis. De acordo com Theresa Nicolay, a ficção desses autores, em sua diversidade e singularidade, pode ser vista como respostas  ao sentimento crescente de alienação, fragmentação e deslocamento que foram trazidos pelo industrialismo, secularismo e as Grandes Guerras. Nesse sentido, é possível pensar a literatura de fantasia similarmente à literatura gótica, como um meio de dar voz às preocupações do contexto em que seus autores estão inseridos

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